quarta-feira, março 08, 2006

Depois do Pó Talco vem o cimento

Na mancha a criatividade estimula-se e pretende-se que cada vez mais essa seja uma virtude dos seus membros, serem criativos... Nesse sentido desconhecendo o site da T.I.F.O, que não existia na altura, nem tão pouco a internet estava disponível nos moldes em que hoje a temos, os ultras da Mancha faziam de tudo um pouco para que o sector da Mancha Negra tivesse animação e ficasse colorido para a entrada em campo da Grande Briosa:

O cimento
Na linha da história anterior, lembro-me que foi num jogo com o Vizela, em Coimbra, que estávamos instalados na bancada descoberta do lado que fazia fronteira com o peão. Como já tínhamos testado este novo elemento (cimento) para utilizar na entrada da equipa em campo, foi com grande convicção que entrámos no estádio para apresentarmos, não só aos jogadores como ao público em geral, o nosso espectáculo. Levámos um saco de cimento, salvo erro de 20 Kg, e uma base redonda de PVC para colocar o pó de cimento. Quem atirava o cimento ao ar, fazendo uma enorme nuvem escura, era o Luís, mais conhecido entre nós por Buda. Só que durante o jogo – refira-se que fantástico, apesar de o termos perdido –, “S. Pedro” fez-nos uma partida e descarregou uma valente bátega de água, coisa que para nós na claque era perfeitamente normal. Só que a surpresa estava para vir. Quando chegámos a casa, além de o nosso estado de espírito não ser o mais famoso, devido ao resultado, deparámo-nos com uma situação perfeitamente caricata. O cimento, associado à àgua, transformou-se…Imaginem as nossas cabeças, os nossos cabelos… eu estive quase uma hora a tentar retirar do meu couro cabeludo todos os grânulos de cimento que aí pululavam. Creio termos andado durante muitos dias com cimento a sair-nos da cabeça. Fabuloso, visto agora a vinte anos de distância."
in livro da Mancha Negra"20 anos 20 Viagens"

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